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A 3ª edição do Amazônia Terra Preta em Macapá representou um marco histórico para a comunidade preta e parda da capital. O evento, organizado pelo Instituto Mapinguari, reuniu majoritariamente mulheres pretas e proporcionou debates relevantes sobre justiça climática, racismo ambiental e temas emergentes, tudo sob a ótica afrocentrada. Essa iniciativa fortalece a presença e a voz da população preta na construção de soluções para os desafios socioambientais da Amazônia.
Trazendo como tema deste ano “Elas na Liderança por Justiça Climática”, o evento conseguiu atingir de forma diretamente um total de 200 pessoas. Dentre os inscritos, 68,7% eram mulheres, em uma classificação aberta 42% declarou se identificar como preto, 30,6% como pardo, 22% como branco, 2% sem resposta, 1,3% como caboclo e 0,66 para quilombola, indígena e afro-indígena.
Com uma programação extensa entre mesas e oficinas, destacou-se a oficina para a construção da “Carta-Manifesto da cidade de Macapá”, que tem como objetivo nortear e cobrar os representantes políticos a solucionarem problemas vivenciados na capital, muitos relacionados a injustiças climáticas e racismos ambientais vividos por comunidades, quilombolas, rurais e periféricas da cidade.
Foram organizados 3 grupos para discutirem 3 tópicos de cada vez, após um determinado tempo as mulheres mudaram de grupo e assim todas puderam partilhar com a discussão de todos os tópicos. (Foto: Instituto Mapinguari)
No contexto de ano eleitoral, o Instituto buscou realizar a construção da carta manifesto com um público estratégico que abarcou, mulheres em posição de liderança política ou comunitária, representantes de diversas áreas da cidade, lideranças de movimentos, organizações, professoras e pesquisadoras.
No momento da construção puderam estar presentes 23 mulheres que representaram os mais diversos movimentos que incluem Central Única das Favelas (CUFA), Levante da Juventude, Associação Mãe Venina, Amapá Terras, Lab da Cidade, Escola de Pesca do Amapá, Fundação Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Amapá (FEPPIR), Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), União dos Negros do Amapá (UNA), Universidade Federal do Amapá e Universidade do Estado do Amapá.
Durante a construção da carta-manifesto, tópicos elencados eram discutidos, são eles: ordenamento territorial, saúde, coleta de resíduos, praças, transporte público, pavimentação, saneamento básico, projetos de lei e educação. Ao todo foram organizados 3 grupos para discutirem 3 tópicos de cada vez, após um determinado tempo as mulheres mudaram de grupo e assim todas puderam partilhar com a discussão de todos os tópicos.
A ideia é que esta carta seja entregue aos pré-candidatos à prefeito e vereadores da cidade de Macapá, estabelecendo assim um documento de cobrança durante seus mandatos. Em breve, uma edição finalizada da carta será divulgada.
Assessoria de Imprensa: Thales Lima – [email protected] – (96) 98145-0921
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