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Organização atuou durante os 12 dias de Conferência em Belém, em diversas frentes.
O Instituto Mapinguari, organização da sociedade civil do Amapá, encerra sua participação na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, celebrando uma atuação estratégica para o fortalecimento da escuta social e participativa no debate global sobre questões relacionadas ao clima.
Com uma delegação de sete representantes, a organização foi a única do Amapá a ser credenciada pela ONU, o que permitiu a participação mais ativa. Durante o evenro, o Instituto cumpriu uma agenda intensa e diversificada, reafirmando seu compromisso em enfrentar a crise climática e defender uma transição energética justa para a Amazônia.
“O Mapinguari se posicionou novamente como uma organização importante na agenda climática nacional.
Agora como Organização Observadora da UNFCCC, o Instituto tem a responsabilidade de ser uma das instituições base da atuação da sociedade civil brasileira nas negociações de clima. Além disso, não viemos sós para a COP30, trouxemos um manifesto político assinado coletivamente por 45 organizações, especialmente do Norte e Nordeste, além de 12 artistas amapaenses com mensagens que fortalecem a proteção dos nossos territórios”, afirma o diretor técnico Yuri Silva.
Ao longo dos 12 dias de Conferência, o Instituto Mapinguari atuou por meio de iniciativas de articulação coletiva. Entre os destaques, estão:
- Lançamento da carta-manifesto: O documento “E depois da COP30? Queremos uma Amazônia com justiça climática e transição justa!”, assinado por 45 organizações, foi apresentado a autoridades, instituições e organizações, contendo denúncias sobre a ameaça da prospecção petrolífera na Amazônia e a necessidade de políticas para os sistemas alimentares.
- Acompanhamento de negociações sobre agricultura e segurança alimentar: Acompanhamento ativo do Grupo de Trabalho Conjunto sobre Agricultura e Segurança Alimentar (SJWA) na “Zona Azul”, debate oficial da ONU que visa a implementação de ações para a segurança alimentar frente às mudanças climáticas.
- Realização do “Banquetaço”: Como co-organizadora da Tenda de Cuidados – Alimentação, Clima e Saúde, a instituição distribuiu cestas de alimentos da agricultura familiar, promovendo a valorização de produtos naturais e incentivando o debate sobre uso da terra de forma mais sustentável.
- Valorização da cultura amapaense: A Exposição Vozes Amazônicas, com 10 obras de artistas do Amapá, destacou a importância dos rios e das soluções agroecológicas. A mostra circulou por espacos de Belém, indo arte e ativismo.
- Apoio à sociedade civil: O Instituto fortaleceu a Marcha pelo Clima, contribuindo com mensagens-chave de fortalecimento e cobrança de pautas políticas e socioambientais.
Além disso, o Mapinguari esteve presente em diversos painéis e rodas de conversa, dentro e fora dos espaços oficiais. Com o fim da COP30, o Instituto dará continuidade à defesa de pautas já trabalhadas no Amapá, como a transformação do uso da terra, proteção das comunidades e o fortalecimento da agroecologia como ferramenta para o desenvolvimento sustentável.
“Em 2026, a gente continua acompanhando as discussões na UNFCCC, tanto em Bonn, na Alemanha, quanto na próxima COP. Nosso objetivo é continuar fazendo essa conexão global-local, que se efetiva em eventos que realizamos, como o Amazônia Terra Preta, nas nossas ações dentro dos quilombos, no fortalecimento das comunidades e da própria instituição, enquanto uma organização que luta por justiça climática em uma Amazônia que tem sido alvo de empreendimentos exploratórios, mas que resiste com a sociobiodiversidade, com a agricultura familiar, com a luta das pessoas e das comunidades tradicionais”, explica a diretora executiva do Instituto Mapinguari, Anália Barreto.