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Socorro Silva, de 63 anos, esteve no evento distribuiu 50 cestas de alimentos orgânicos da agricultura familiar, produzidos em territórios paraenses.
Em meio aos debates e complexidades da COP30 – Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas que ocorre em Belém (PA) -, o Instituto Mapinguari promoveu o “Banquetaço”, distribuindo 50 cestas de produtos alimentícios naturais e espalhando o cheiro de comida fresca da agricultura familiar, com o objetivo de despertar a urgência por um modelo de vida sustentável que alimente a população de forma digna.
O evento aconteceu na noite de terça-feira, 11, na Tenda de Cuidados, montada na Praça da República, bairro Campina, reunindo a população em geral e representantes de territórios e movimentos sociais, como a Socorro Silva, de 63 anos, do Movimento de Mulheres do Campo e da Cidade do Estado do Pará (MMCC).
“Eu estou aqui neste evento, COP 30, onde estamos discutindo clima, discutindo cuidado com a Amazônia. Mas não existe outra forma a não ser cuidar do planeta, da terra, da ‘Mãe Terra’. Esse Banquetaço é um exemplo porque são comidas sem agrotóxicos, comidas naturais, saudáveis. Nós precisamos consumir coisas saudáveis!”, afirmou Socorro Silva.
O Banquetaço aconteceu após as discussões do painel “Territórios de Cuidado e Governança Climática: Práticas de Cuidado, Soberania alimentar e Bem Viver”. A iniciativa foi pensada pelo Instituto Mapinguari como estratégia de conexão urbana com os territórios produtivos, contando com o apoio do Centro de Estudos e Defesa Negro do Pará (Cedenpa) e o Coletivo Etinerâncias.
As cestas distribuídas foram montadas com hortaliças, frutas e outros alimentos da agricultura familiar trazidos pelo Instituto da Associação de Produtores e Hortifrutgranjeiros da Gleba Guajará (Apha), de Ananindeua; da Comunidade do Arienga, em Barcarena; e do Projeto de Assentamento Enaíco, em Ipixuna do Pará.
“A gente traz esse debate sobre a importância de fazer a comida saudável, agroecológica e sem veneno, que é produzida no campo para chegar nas periferias das cidades porque isso reflete nas decisões políticas que temos que tomar para garantir a soberania alimentar das populações no futuro. É preciso olhar para as políticas públicas de uso sustentável da terra, como são as políticas de agroecologia, produção orgânica e sóciobiodiversidade para garantir que as comunidades rurais tenham resiliência para continuar produzindo em meio à crise climática, só assim a comida continuará chegando na mesa dos brasileiros”, frisa a diretora executiva do Instituto Mapinguari.
Quem também participou do evento foi a Maria Augusta, de 58 anos, presidente da Associação das Parteiras Tradicionais de Breves, no Marajó, e membro do MMCC.
“Estamos muito felizes, jamais imaginávamos que estaríamos aqui nesse evento tão importante com essas discussões, dentro dos nossos territórios. É uma oportunidade única”.