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jul
Indicação da organização socioambiental Mapinguari pela Organização das Nações Unidas abre portas para uma incidência mais efetiva dos jovens amapaenses na COP 30 em Belém.
Macapá (AP) – O Instituto Mapinguari, organização socioambiental com sede no Amapá, acaba de ser recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como organização observadora da UNFCCC – a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. A recomendação abre caminho para uma participação mais ativa e estratégica da entidade nas principais negociações e decisões globais sobre a crise climática, incluindo a COP 30, que será realizada em Belém no mês de novembro.
Com o novo status, o Mapinguari poderá acompanhar de perto os debates multilaterais, propor eventos oficiais nas conferências e contribuir com recomendações técnicas e políticas. A conquista é um marco para a Amazônia brasileira, ao ampliar a representatividade de organizações da região Norte, sobretudo do Amapá, em espaços decisórios da ONU.
“Essa recomendação representa o reconhecimento da nossa trajetória e amplia nossa legitimidade para seguir atuando em defesa da justiça climática para os povos e territórios”, afirma Anália Barreto, diretora-executiva da organização, que há anos articula estratégias de incidência nas Conferências do Clima.
O Instituto Mapinguari já vinha participando das COPs como parte da sociedade civil, construindo pontes entre os saberes amazônicos e os fóruns internacionais. Agora, com o credenciamento oficial, fortalece sua atuação e se soma a outras organizações brasileiras que também foram aprovadas como observadoras.
Para Yuri Silva, diretor-técnico do instituto, “a participação destes espaços globais com maior incidência é importante para que consigamos não só materializar essas discussões em políticas públicas locais, estaduais e municipais, como também para apresentar nosso acúmulo no Amapá para o mundo”.
Além do “Mapin”, outras organizações da sociedade civil, com forte atuação na Amazônia, junto a povos e territórios vulnerabilizados, também vão estar acompanhando a COP 30 e demais espaços de debate climático da ONU:
- Laboratório da Cidade;
- PerifaConnection;
- Comitê Chico Mendes;
- Mandi;
- Geledés;
- Talanoa;
- CoJovem;
- LacClima;
- Suraras do Tapajós;
- Escola de Ativismo;
- Clima e Política;
- Instituto Peregum;
- Conf. Nacional dos Bispos do Brasil.
A presença ampliada da sociedade civil brasileira na UNFCCC é vista como essencial para garantir que os territórios mais afetados pela emergência climática, como a Amazônia, tenham voz nas decisões globais. O reconhecimento do Instituto Mapinguari é também uma vitória simbólica para o Amapá, um dos estados mais preservados da floresta, mas ainda com pouca presença institucional em espaços internacionais.